Veritaspolis

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Segurança e educação. Tudo começou com Covas.



Mário Covas é um político sempre lembrado como exemplo de honradez e firmeza de caráter. Daí a dizer que foi um bom governador a distância é enorme. Já sei, já sei, ele assumiu um Estado em situação difícil e teve de adotar medidas radicais de cortes de gastos. Aí é que a coisa se complicou. Covas parece ter tomado gosto pelas políticas liberais simultaneamente adotadas por FHC na presidência. Um dos pilares dessa política pode ser resumido como sendo o maltrato ao funcionalismo público. Os funcionários passaram a ser tratados como a raiz de todos os males e não como agentes transformadores que de fato são. Geraldo Alkmin, assumindo o governo, radicalizou ainda mais essa política perniciosa. A partir daí é que degringolou a qualidade do ensino público no estado de São Paulo; a partir daí é que tivemos o surgimento de organizações criminosas até então inexistentes no estado.
Vejamos fatos concretos que corroboram essas assertivas: semana passada o jornal Folha de São Paulo publicou que o governo de São Paulo não cumpriu nenhuma das metas auto-impostas para aferição da qualidade do ensino; a polícia de São Paulo está entre as mais mal pagas do país, seja qual for o critério utilizado (números absolutos ou relação PIB/salários). Não corria o risco de dar certo mesmo.
Esses governos incidiram em erros que demandarão tempo pra serem solucionados. Esqueceram-se, por exemplo, que os governos são passageiros enquanto que o grosso do funcionalismo público mantém a máquina administrativa funcionando, independente do governante de plantão. Subestimavam a inteligência alheia toda vez que anunciavam “planos” para a segurança e educação. Invariavelmente falavam em construção de escolas e compra de viaturas, como se o de mais sagrado de tudo isso – o homem – não merecesse investimento.
Particularmente e através de alguns contatos políticos, tenho ciência de que o governador Serra tem consciência desses entraves e quer resolvê-los. Mais preparo e competência que seus antecessores com certeza ele tem. Resta saber se terá vontade política. Alguns sinais seus são positivos (incorporação de algumas gratificações na área da educação e alguma melhoria na segurança). Mas há muito por fazer. A responsabilidade é do senhor, governador.

Um comentário:

Anônimo disse...

Já está provado que falta a vontade política para a solução desse grave quadro. O Mandato de Governador do Estado responsável por um terço da Economia Nacional, tem servido de trampolim para frustradas candidaturas à Presidência da República por parte do PSDB, sigla partidária a qual os Servidores da Segurança Pública tem traduzido como Pior Salário Do Brasil, e também sentido os nefastos resultados de uma política governamental totalmente equivocada.